Se um erro de projeto pode consumir até 20% do seu orçamento industrial, com o BIM você o encontra antes mesmo dele acontecer!

24/09/2025

Você está à frente do projeto mais importante da sua empresa para os próximos anos: a expansão da planta industrial. Um investimento de milhões de reais, com o conselho e os acionistas esperando um retorno preciso. Em sua mesa, planilhas de CAPEX, cronogramas com centenas de linhas e a responsabilidade de garantir que tudo saia conforme o planejado.

Mas, no fundo, você conhece os riscos que assombram projetos desta magnitude. As “surpresas” que transformam orçamentos em peças de ficção. Os atrasos em cascata causados por um simples erro de projeto não detectado. E a preocupação constante e primordial: a segurança de todos os envolvidos, especialmente ao construir ao lado de uma operação em pleno funcionamento.

Você já ouviu falar em BIM (Building Information Modeling), talvez o tenha associado a projetos de arquitetura arrojados ou a modelos 3D complexos. Mas e se lhe dissermos que o BIM, para um gestor como você, não é sobre software ou modelos bonitos? É sobre mitigação de riscos. É a ferramenta de gestão mais poderosa da atualidade para garantir a previsibilidade e a inteligência que o seu projeto de expansão exige.

Este artigo mostrará, sob a ótica de um gestor industrial, como o BIM deixa de ser um termo técnico para se tornar seu maior aliado estratégico.

O Que é BIM, na Prática de Quem Gerencia?

Esqueça as definições complexas. Pense no BIM como a construção de um protótipo virtual e inteligente da sua futura fábrica. Antes de mover um único metro cúbico de terra ou comprar um parafuso, você constrói a planta inteira no ambiente digital, com um nível de detalhe impressionante.

A grande revolução está na letra “I” de BIM – a Informação. Diferente de um desenho 2D ou um modelo 3D “oco”, no BIM cada elemento do seu projeto é um objeto rico em dados. Aquela bomba no modelo não é apenas um desenho; ela “sabe” quem é seu fabricante, qual seu custo, o prazo de entrega, a potência do motor, o diâmetro da tubulação e até mesmo o seu plano de manutenção preventiva.

É a passagem da prancheta 2D, cheia de ambiguidades e potencial para erros de interpretação, para um banco de dados central, integrado e visual. Para um gestor, isso significa uma coisa: tomar decisões baseadas em dados precisos, não em suposições.

Resolvendo Suas Maiores “Dores”: Aplicações Práticas do BIM na Expansão

Vamos sair da teoria e analisar como essa prototipagem virtual ataca diretamente as suas maiores preocupações.

1. Adeus, Surpresas no Orçamento: Previsibilidade de Custos (BIM 5D)

A dor: O estouro de orçamento é o pesadelo de qualquer gestor. O custo inicial parece bom, mas os aditivos por erros de quantitativo e mudanças não previstas o transformam em uma bola de neve.

A Solução com BIM: Ao vincular o modelo 3D (o que construir) com a dimensão de custo (quanto custa), criamos o chamado BIM 5D. Na prática, isso permite:

  • Extração Automática de Quantitativos: A quantidade de concreto para uma fundação, os metros de cabo elétrico ou o número de válvulas de um determinado tipo são extraídos diretamente do modelo, com uma precisão impossível de ser alcançada manualmente. Isso elimina erros humanos na orçamentação e nas cotações.
  • Simulação de Desembolso: É possível visualizar o fluxo de caixa do projeto ao longo do tempo, associando o progresso da construção (BIM 4D, o tempo) com os custos. Você pode ver exatamente quanto irá gastar na “semana 23”, quando a estrutura metálica estiver sendo montada. Isso dá uma previsibilidade orçamentária sem precedentes para o seu financeiro.

2. Mitigando o Risco Oculto: A Gestão de Interferências (Clash Detection)

A dor: No canteiro, a equipe de montagem descobre que uma grande tubulação de vapor passa exatamente onde o projeto estrutural previu uma viga de concreto. A solução? Parar a obra, quebrar o concreto já curado, chamar os projetistas, redefinir a rota da tubulação. O resultado: semanas de atraso, custos de retrabalho e o estressante “jogo de empurra” entre as disciplinas.

A Solução com BIM: Essa é talvez a aplicação de maior impacto imediato do BIM. Antes da obra começar, o software cruza os modelos de todas as disciplinas (civil, estrutural, elétrico, mecânico, hidráulico) e gera um relatório automático de todas as “colisões” (clashes). A tubulação que choca com a viga é identificada no computador, onde a solução custa algumas horas de um projetista, e não semanas e milhares de reais no canteiro. Essa análise de interferências sozinha pode justificar todo o investimento na metodologia.

3. Segurança em Primeiro Lugar: Planejamento e Logística de Canteiro

A dor: Sua maior preocupação é a segurança, especialmente com a obra acontecendo ao lado da sua operação. Como garantir que um guindaste de grande porte não terá seu raio de giro sobre uma área operacional sensível? Onde estocar materiais de forma segura e otimizada?

A Solução com BIM: O modelo virtual não se limita ao prédio; ele inclui o canteiro. Com ele, é possível:

  • Planejar a Logística: Simular a posição exata de guindastes, definir rotas seguras para caminhões, determinar áreas de armazenamento temporário e planejar a instalação de equipamentos pesados.
  • Análise de Risco Visual: É possível criar “zonas de segurança” virtuais no modelo e garantir que as operações da obra não invadam áreas de risco ou rotas de fuga da planta existente. Pode-se treinar as equipes mostrando visualmente os riscos de cada fase da construção.

4. Foco no Custo Total de Propriedade (BIM 6D/7D)

A dor: Muitas vezes, uma economia no projeto (CAPEX) gera um pesadelo na manutenção (OPEX). A escolha de um equipamento mais barato, mas de difícil acesso para manutenção, pode custar muito mais caro ao longo da vida útil da planta.

A Solução com BIM: O modelo construído virtualmente não é descartado ao final da obra. Ele se torna o “Manual Digital” da sua fábrica. Este modelo, conhecido como As-Built (como construído), é entregue à sua equipe de operação e manutenção.

  • Gestão de Ativos: Imagine sua equipe de manutenção, em vez de procurar por manuais em arquivos empoeirados, simplesmente usando um tablet. Eles apontam para um motor, leem um QR Code e, na tela, aparece o modelo 3D daquele equipamento com todo o seu histórico: data de instalação, especificações, plano de manutenção e últimas intervenções. Isso é o BIM 6D/7D (gestão de instalações). Isso é projetar pensando na eficiência operacional, um conceito que todo Diretor Industrial valoriza.

BIM Não é um Custo, é o Melhor Investimento Contra a Incerteza

É natural que, diante de uma nova metodologia, surja a pergunta sobre o custo. No entanto, para um projeto de expansão industrial, não adotar o BIM é assumir um risco muito maior. Estudos de mercado e nossa experiência prática demonstram que a economia gerada pela redução de retrabalho, otimização de quantitativos e cumprimento do cronograma supera, em múltiplas vezes, o investimento na modelagem.

Pense no custo de ter sua produção parada por uma semana devido a um atraso na obra. Pense no custo de um aditivo contratual de 15% por erros de projeto. Pense no custo incalculável de um acidente de trabalho. O BIM é a apólice de seguro mais inteligente contra esses riscos.

Como Escolher o Parceiro Certo para Liderar seu Projeto com BIM?

A tecnologia por si só não faz milagres. O sucesso depende de ter um parceiro de engenharia e gerenciamento que não apenas domine o software, mas que tenha uma cultura de colaboração e uma profunda experiência no seu setor.

Ao avaliar um parceiro, vá além do portfólio. Questione:

  • Qual a sua experiência comprovada com BIM em projetos industriais similares ao meu?
  • Podem me apresentar um estudo de caso onde o BIM foi crucial para resolver um desafio complexo de engenharia ou construção?
  • Como o modelo BIM será utilizado para comunicar o progresso do projeto para a minha diretoria de forma clara e visual?
  • Qual o plano para entregar o modelo As-Built e treinar minha equipe de operação e manutenção para utilizá-lo?

Conclusão: Construa Primeiro no Digital para Acertar no Real

A expansão da sua planta industrial é um projeto estratégico demais para ser gerido com as ferramentas do passado. As complexidades das instalações, a necessidade de integração entre múltiplas disciplinas e a pressão por prazos e custos exigem um novo nível de controle e inteligência.

O BIM oferece exatamente isso. Ele transforma o processo de projetar e construir de uma sequência de etapas reativas para um fluxo de trabalho proativo e integrado. É a garantia de que os problemas serão resolvidos na tela do computador, e não no canteiro de obras.

Para um gestor como você, que valoriza a segurança, a previsibilidade e a eficiência, adotar o BIM não é uma opção. É a decisão mais lógica e estratégica para assegurar o sucesso do seu investimento e a tranquilidade da sua gestão.

 

 

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