Gerenciamento de Obras Industrial: como planejamento, engenharia e controle geram valor real ao negócio

18/12/2025

Por que o gerenciamento de obras é decisivo para o sucesso de um investimento

Em projetos industriais, o custo de uma decisão errada raramente aparece de forma imediata. Ele surge meses depois, em atrasos acumulados, retrabalhos, conflitos entre disciplinas, aditivos contratuais ou, no pior cenário, em estruturas que não performam como deveriam. É nesse contexto que o gerenciamento de obras deixa de ser um apoio operacional e passa a ser um instrumento estratégico de proteção do capital investido.

Na IBR Engenharia, o gerenciamento não é tratado como um conjunto de relatórios ou uma função administrativa. Ele é estruturado como um sistema integrado de planejamento, coordenação técnica, controle físico-financeiro, gestão de riscos e suporte à tomada de decisão. Este artigo apresenta, de forma técnica e aplicada, como esse modelo funciona na prática — conectando metodologia, engenharia e resultados reais obtidos em campo, como no projeto da nova fábrica da Indústrias Olsen, em Palhoça (SC).

O que é gerenciamento de obras — e o que ele não é

De forma objetiva, o gerenciamento de obras é o conjunto de práticas destinadas a planejar, coordenar, controlar e acompanhar todas as etapas de um empreendimento, desde a fase de projetos até a entrega final. Seu objetivo central é garantir que prazo, custo, qualidade e segurança sejam cumpridos conforme o planejamento estabelecido.

É importante esclarecer o que o gerenciamento não é:

  • Não se limita à fiscalização da execução;

  • Não atua apenas de forma reativa a problemas;

  • Não é um custo adicional sem retorno mensurável.

Quando bem estruturado, o gerenciamento atua antes do problema surgir, antecipando riscos técnicos, financeiros e operacionais. Ele conecta projeto, obra e estratégia do cliente em um único sistema de controle.


As quatro etapas do gerenciamento de obras na prática

A metodologia aplicada pela IBR está estruturada em quatro grandes fases, que se sobrepõem de forma dinâmica ao longo do ciclo do empreendimento:

1. Planejamento

É a fase mais crítica do projeto — e também a que mais gera economia ao investimento. Nela são definidos:

  • Escopo detalhado da obra;

  • Estrutura analítica do projeto (EAP);

  • Cronograma físico-financeiro;

  • Orçamento base e curva de desembolso;

  • Estratégia de contratações;

  • Identificação e análise de riscos.

Decisões técnicas tomadas neste momento impactam diretamente todo o ciclo da obra. No caso da fábrica da Indústrias Olsen, por exemplo, a definição de fundações profundas com estacas cravadas a 24 metros foi uma decisão estratégica ainda na fase inicial, garantindo estabilidade estrutural, segurança operacional e redução de riscos futuros.

2. Execução

Durante a execução, o gerenciamento atua como o elemento integrador entre todos os agentes envolvidos:

  • Coordenação das empresas contratadas;

  • Interface entre projetos civis, estruturais, elétricos, mecânicos e utilidades;

  • Apoio técnico à fiscalização;

  • Gestão de suprimentos e contratos.

Nesse modelo, a obra deixa de ser uma soma de escopos isolados e passa a operar como um sistema único.

3. Controle

O controle é o eixo central do gerenciamento. Ele envolve:

  • Monitoramento do avanço físico;

  • Controle financeiro por centro de custo;

  • Análise de desvios de prazo e orçamento;

  • Relatórios gerenciais para tomada de decisão;

  • Indicadores de desempenho (KPIs).

Mais do que medir, o controle serve para corrigir rotas em tempo real, evitando que pequenos desvios se tornem grandes problemas.

4. Encerramento

A fase de encerramento consolida o resultado do gerenciamento:

  • Vistorias finais;

  • Regularizações e liberações legais;

  • Entrega técnica da obra;

  • Organização do as built e documentação final;

  • Apoio à entrada em operação.


Áreas-chave do gerenciamento que geram valor ao investidor

O gerenciamento de obras atua de forma transversal em diversas áreas críticas:

Gestão de tempo

Controle rigoroso do cronograma, análise de caminhos críticos e replanejamento contínuo garantem previsibilidade ao prazo final.

Gestão de custos

Acompanhamento físico-financeiro detalhado permite identificar desvios precocemente e proteger o orçamento aprovado.

Gestão da qualidade

Garantia de conformidade com normas técnicas, projetos e padrões de desempenho definidos pelo cliente.

Gestão de pessoas

Liderança técnica, coordenação de equipes e alinhamento entre contratados são fundamentais para produtividade e segurança.

Gestão de riscos

Identificação, análise e mitigação de riscos técnicos, contratuais, climáticos e logísticos antes que impactem a obra.

Gestão de contratos

Administração de obrigações, prazos, medições e aditivos com total transparência para o cliente.


Modelos de gerenciamento oferecidos pela IBR Engenharia

Cada empreendimento possui características próprias. Por isso, a IBR atua com diferentes modelos de gerenciamento:

Management

Modelo no qual a IBR atua como administradora de contratos e representante do cliente, sendo responsável pelo planejamento, controle, qualidade e gestão da obra. A execução é realizada por empresas contratadas diretamente, com total transparência de custos e decisões.

Esse formato é ideal para indústrias, investidores e incorporadores que buscam controle, flexibilidade e redução de riscos.

Turn Key

Neste modelo, a IBR assume tanto o gerenciamento quanto a execução, com contrato fechado. O risco financeiro da obra passa a ser da gerenciadora, exceto em casos de alteração de escopo.

Gerenciamento 4D (BIM)

Integra a modelagem BIM ao cronograma, permitindo visualizar a evolução da obra no tempo. Essa abordagem melhora a comunicação, reduz conflitos de projeto e amplia a previsibilidade, inclusive em modelos de acompanhamento remoto.


Lean Construction como complemento estratégico ao gerenciamento

A IBR aplica os princípios do Lean Construction como ferramenta de aprimoramento do gerenciamento tradicional. O Lean não substitui o gerenciamento — ele o fortalece.

Entre as ferramentas aplicadas destacam-se:

  • Last Planner System, com planejamento colaborativo e compromissos realistas;

  • 5S, para organização e eficiência do canteiro;

  • Mapeamento de Fluxo de Valor (VSM), identificando desperdícios;

  • Planejamento puxado, baseado em condições reais de execução;

  • Análise de causa raiz, utilizando os 5 Porquês e o Diagrama de Ishikawa.

O resultado são obras mais organizadas, produtivas e com menor desperdício de recursos.


Caso real: nova fábrica da Indústrias Olsen

O projeto da nova unidade industrial da Indústrias Olsen é um exemplo concreto da aplicação desse modelo de gerenciamento.

Principais resultados obtidos:

  • 100% do escopo entregue, incluindo pavilhão industrial, sede administrativa, infraestrutura externa, ETE e mudança fabril;

  • Entrega antecipada em relação ao cronograma revisado, mesmo com ajustes de escopo;

  • Custo final equivalente a 92% do orçamento aprovado, gerando economia aproximada de 8%;

  • Mais de 14 mil horas-homem trabalhadas, sem registro de acidentes graves;

  • Coordenação integrada de dezenas de contratos e disciplinas técnicas.

Esses resultados não são consequência de sorte, mas de método, controle e engenharia aplicada à gestão.


Conclusão: gerenciamento como estratégia de negócio

Em um cenário de obras cada vez mais complexas, o gerenciamento deixa de ser uma opção e se torna uma necessidade estratégica. Ele protege o investimento, reduz incertezas e transforma decisões técnicas em vantagem competitiva.

Na IBR Engenharia, gerenciar uma obra é assumir responsabilidade pelo resultado — técnico, financeiro e operacional. É garantir que o empreendimento não apenas seja entregue, mas esteja pronto para operar, crescer e gerar valor desde o primeiro dia.

Porque no mundo real, boa engenharia é aquela que entrega previsibilidade.

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